2022: Outro ano desafiante para as viagens e hotelaria da Europa
Após os anos difíceis de 2020 e 2021, os operadores do sector das viagens e da hotelaria esperam de novo numerosos desafios em 2022. A SRP (operador hoteleiro de distribuição online) investigou as tendências de mercado num estudo recente com o objectivo de determinar os seus efeitos a longo prazo.
Ao avançarmos para 2022, existe incerteza em quase todos os países da Europa sobre as medidas restritivas actuais e futuras devido às diferentes abordagens individuais dos países, em alguns casos, específicas a nível local - em parte devido aos efeitos da 4ª vaga e à nova variante ómicron.
A vacinação parece ser a única solução real, mas as taxas de vacinação não são suficientemente elevadas em toda a Europa para se conseguir uma estabilização. Um pequeno raio de esperança poderia agora residir na evolução que se tem mostrado, em geral, mais suave da doença. Esta situação pode significar que a onda ómicron diminuiu um pouco o perigo perspectivado inicialmente. Os governos de toda a Europa sentem-se agora obrigados a iniciar passos cautelosos de abertura, por exemplo, em relação aos grandes eventos ou no sector do comércio a retalho.
No entanto, o problema existe não só na Europa, mas em todo o mundo, coexistindo com a falta de uniformidade de regulamentos entre os países para simplificar as viagens internacionais. Vacinas, como a Sputnik da Rússia, mas também as vacinas da China e de muitos outros países do mundo, ainda não são reconhecidas na generalidade dos países europeus e introduzem inibição às viagens.
Com mercados fechados, os destinos acessíveis por via terrestre continuarão a crescer em 2022 - tanto no que diz respeito à ocupação como aos preços. A extensão da época alta continua a prevalecer - e isso não é mau em si mesmo, porque diversos hotéis em alguns países acabam por beneficiar deste facto.
A hotelaria de férias de Verão prevê que as taxas de ocupação em 2022 permaneçam semelhantes às de 2021. Enquanto as viagens internacionais continuarem a revelar-se difíceis, a hotelaria mais vocacionada para o Turismo interno será a grande beneficiada.
A situação será diferente nas cidades: Um regresso aos números de dormidas de 2019 não é esperado no sector hoteleiro urbano até 2024, na melhor das hipóteses. Especialmente o primeiro trimestre de 2022 representará (mais uma vez) um grande desafio, porque faltam essencialmente as viagens intercontinentais, MICE e eventos empresariais. Significa igualmente que as previsões originais de Outubro de 2021 (80% das dormidas a partir de 2019) para o 1º trimestre de 2022 não se espera que venham a ser cumpridas.
O interesse geral de investimento que actualmente prevalece no sector hoteleiro vocacionado especificamente para as férias, e que se vem observando em muitos países, irá continuar, como resultado dos valores previstos para as taxas de ocupação. Ao mesmo tempo, os investidores estão também a regressar às cidades - as propriedades, onde as conversões (por exemplo, para apartamentos) podem ser realizadas, são particularmente interessantes. Os maiores obstáculos actuais em relação às transacções são os preços de venda, a incerteza dos efeitos pandémicos, e os requisitos ainda mais rigorosos em relação ao financiamento bancário.
Para os operadores do sector das viagens e da hotelaria, a situação permanece tensa: os subsídios estão a ser reduzidos, e as dívidas acumuladas nos últimos anos terão de ser reembolsadas num ambiente de mercado globalmente fraco, acompanhado de uma tendência de subida das taxas de juro. No entanto, os imóveis hoteleiros não estão a perder valor, e o volume de investimento em imóveis existentes está novamente a aumentar - devido à diminuição de novos empreendimentos, e ao abandono de novos projectos.
Um factor decisivo para muitos investidores é igualmente a concepção mais flexível dos hotéis: tanto na área das actividades operacionais actuais, como na concepção do próprio imóvel, pelo que se irão aparecer novos conceitos que podem ser adaptados às circunstâncias existentes em cada momento, mediante um esforço/custo relativamente reduzido.
17 Fevereiro 2022